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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

FAZ FRIO EM MEU MUNDO

          
O SILÊNCIO  BATE  MINHA PORTA PROVOCANDO O BARULHO QUE O DISIPA
AO ABRÍ-LA, APENAS FOLHAS SECAS  ROLAM PELO CHÃO
UM ACALENTO ME AFAGA NUMA BRISA QUE ALMENTA
LANÇO MEU OLHAR AO ALTO TENTANDO PREENCHER O VAZIO.
 SOBRE MINHA CABEÇA NADA MAIS 
APENAS O CÉU ACINSENTADO E FRIO
OS PÁSAROS NÃO CANTAM
OS CÃES NÃO LADRAM
NÃO ESCUTO UM SÓ SUSURRO,GRITO OU ASOVIU
RESTA-ME APENAS CONTEMPLAR O VACUO DE MINHA  EXISTÊNCIA
CINCO PASSOS ME LEVAM A UMA VELHA FIGUEIRA
QUE OUTRORA ERA VERDE E FRONDOSA
ME APOIO EM SEU CAULE,DESLISANDO MEU OMBRO SOBRE SUA CASCA DURA E ÁSPERA
SUAS FILÊPAS RASGAM MINHA PELE FAZENDO ESCORRER SANGUE ATÉ O CHÃO
ISSO AINDA NÃO ME DISPERTA,TODOS OS SENTIMENTOS ME PARECEM INDIFERENTES
ATÉ MESMO A DOR. POIS O LAGO DAS EMOÇÕES QUE BANHAVA SUAS RAIZES
ESTAGNOU EM UM IMENSO MAR DE GELO
AS LÁGRIMAS ROLAM SOBRE MINHA FACE  LAVAM MEU PEITO E DIZEM...A
ANGUSTIA DE PERDER-TE,É PIOR QUE NUNCA TER TE CONHECIDO UM DIA.
ME ASENTO NUM ANTIGO BALANÇO QUE NA PRIMAVERA HAVIA POSTO ALÍ
OLHO A MINHA VOLTA  E LANÇO UM ESTRONDOSO GRITO QUE BROTA DO ÂMAGO DE MINHA ALMA
ESSE... QUEBRA O GELO DO LAGO
 DISSIPA AS NUVENS DO CÉU E FAZ SURGIREM  RAIOS DE UM NOVO TEMPO
 ME DANDO  A CERTEZA QUE NÃO MAIS SÓ ESTAREI EM MEU MUNDO.

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